Análise da Obra

Foco Narrativo


É narrado por José Fernandes, em 1° pessoa, um narrador observador. Ele conta a vida de Jacinto, funciona como uma narrador testemunha, além de narrar também é um personagem da obra.
 

Ação
 

É um romance que revela um homem que aprende a equilibrar a vida na civilização com a vida no campo. Foi a convite de seu procurador para Tormes e lá se fixou, Jacinto se casa com Joaninha e descobre que pode transformar o mundo em que vive, melhorando a vidas das pessoas. Pelos mais simples Jacinto era visto como “pai dos pobres” e pelos mais ricos como representante da volta do Miguelismo. Jacinto representa o reencontro de Eça de Queiroz com sua pátria, do Portugal do passado com o Portugal do presente.
 

Tempo
 

A narrativa se refere ao período Miguelista em Portugal (1828-1834), em 1853 Cintinho, pai de Jacinto morre, passados três meses da morte do pai nasce Jacinto, que conhece José Fernandes em 1875 na Universidade de Paris. Jacinto entediado com a civilização recebe um convite de seu procurador para ir a Portugal, onde seus avós seriam transladados, então Jacinto viaja para Tormes com José Fernandes em 1888, lá ele se casa com Joaninha em 1894 e passa a viver sua vida em Tornes.
 

Espaço
 

A obra se passa em Paris e Tornes (Portugal). Jacinto vive em Paris, na Universidade de Paris ele conhece José Fernandes que vai para Tornes a pedido do tio, em 1887 José Fernandes volta a Paris e reencontra seu amigo Jacinto, em 1888 eles viajam juntos para Tormes. Jacinto depois de se fixar em Portugal não volta mais a Paris, passa a viver sua vida em Tormes junto com Joaninha.

 

Personagens


Principal
 

Jacinto de Tormes
Nascido em janeiro de 1854 em Paris, é de uma família rica, desde pequeno se mostrava ser inteligente, era chamado de príncipe de Grã-Ventura por admiração das pessoas. Entediado com a vida na civilização ele recebe o convite de seus procurados, ele viaja para Tormes junto de José Fernandes, um grande amigo seu. Em Tormes ele concilia a civilização industrial com a vida no campo.
 

Secundários

 

José Fernandes (amigo de Jacinto)
Em 1875 José Fernandes conhece Jacinto nas Escolas do Bairro Latino, em Paris. Ele narra a história, colocando-se inferior ao amigo Jacinto, a quem admira, mas sabe ver os defeitos. Em 1880 a pedido do tio Afonso Fernandes, José Fernandes volta para Portugal, e lá fica durante 7 anos, quando retorna a Paris ele reencontra Jacinto, José Fernandes percebe o quanto seu amigo está entediado com a vida na civilização e acompanha Jacinto na sua viagem até Tormes. Cinco anos depois José Fernandes retorna a Paris e vive o mesmo tédio da civilização retorna a Flor de Malva.

 

Dom Jacinto (avô de Jacinto)
Miguelista fanático, era casado com D. Angelina, com quem teve um filho doentio, chamado Jacinto, ele morre em Paris devido a uma indigestão.
 

D. Angelina (avó de Jacinto)
Mulher determinada que mesmo depois da morte do marido não retorna a Portugal, criou seu filho Jacinto. Depois da morte de seu filho ela se dedica ao neto.
 

Cintinho (pai de Jacinto)
Era um homem de saúde frágil, se apaixona por Teresinha Velha, filha de um desembargador, três meses depois de sua morte, nasceu Jacinto, o protagonista da história.
 

João Torrado (eremita)
Era tio de José Fernandes, o chamavam de Profeta da Serra, representa a mentalidade do homem simples.
 

Joaninha (prima de José Fernandes)
Não há nenhuma fala de Joaninha no livro todo. Morava em Flor de Malva, Jacinto a conhece e por ela se apaixona, eles se casam em 1894, e teve com Jacinto dois filhos: Jacinto e Teresinha.
 

Grilo (criado negro de Jacinto)
Grilo é quem começa a perceber as mudanças nos humores de Jacinto, era muito admirado por José Fernandes, que via em Grilo a imagem de um homem simples, no final ele percebe a satisfação de Jacinto depois de ter mudado sua vida.
 

Madame D’Oriol
Era amante de Jacinto, ela via nele o maior refinamento da civilização, mesmo com sua graça não consegue livrar Jacinto do tédio da civilização. Separam-se quando Jacinto descobre que ela tinha um caso com um criado.
 

Madame Colombe
Era amante de José Fernandes, ela fez com que ele gastasse todas as suas economias com ela. Ela o trocou por uma amante, fugiu, deixando José Fernandes atordoado.
 

Estrutura da obra

A obra A Cidade e as Serras é dividida em 16 capítulos e pode ser dividida em duas partes:

1° parte: capítulo I até a metade do capítulo VIII
Vinda de D. Galeão para Paris até a ida de Jacinto para Tormes, que foi convidado por Silvério para ver a capela onde seriam transladados os seus avós.

2° parte: metade do capítulo VIII até o final
Jacinto se surpreende com o atraso de Tormes, ele interfere naturalmente para tentar melhorar a vida das pessoas. Zé Fernandes vai para Paris, volta para reencontrar Jacinto, o castelo de Grã-Ventura.
 

 Contexto Histórico

  • Crise da política e da economia colonial.
  • Regeneração: tentativa de recolocar Portugal na economia e política e internacional.
  • Investimentos no Campo e no Comércio: insuficientes.
  • Indústria inexistente.
  • Desenvolvimento da imprensa: jornais, revistas, literatura etc.
  • Influência francesa.
  • Influência do Positivismo.

Período Literário - Realismo

  • Introspecção Psicológica: vê o ser humano "por dentro"
  • Universalização: temas universais (ocorre em qualquer hora e em qualquer lugar)
  • Objetivismo: vê o mundo como ele é.
  • Observação e análise: fatos presentes
  • Contemporaneidade: exatidão para localizar o tempo e espaço
  • Descritivismo:dá veracidade à obra.
  • Mulher idealizada: manipulada e dissimulada. Homem: inseguro
  • Casamento arranjado
  • Reformismo Crítico: criticar para reformar; mostra as realidades.
  • Ironia: em relação ao comportamento humano.
  • Realismo - criado para combater o Romantismo - disseca a sociedade (mostra problemas em todas as classes);

 


Análise Psicológica

  • Personagens esféricas
  • Descrições psicológicas
  • Pessimismo psicológico
  • Pessimismo filosófico
  • Sutileza